sábado, 22 de dezembro de 2018

CRÍTICA CAIXA DE PÁSSAROS

Caixa de Pássaros estreou na última sexta-feira (21) e é o nome da nova produção da Netflix, que nos conta a história de Malorie (Sandra Bullock) e seus filhos, Garoto e Garota, numa jornada de sobrevivência e angústia.

Baseado na obra literária de Josh Maleman, é um suspense/terror que se passa em um mundo pós apocalíptico em que, de repente, pessoas começam a se suicidar após verem uma “criatura”. Mas o que era? Se você abrir os olhos descobrirá, mas no momento seguinte estará morto por suas próprias mãos.

Em termos gerais, o filme é muito bom e não deixa muito a desejar. Hollywood já aprendeu há tempos a contar histórias cuja linha de tempo não é linear e faz isso bem, com um porém aqui e outro ali. Em Caixa de Pássaros, o futuro, que se passa quando Malorie e seus filhos estão tentando atravessar um rio de olhos vendados, poderia ter ficado melhor amarrado com o passado, mas ainda assim não afeta o entendimento do espectador.

O ponto forte, no entanto, é a atuação do elenco. Bullock está perfeita. Malorie não é uma personagem fácil de se interpretar – é uma mulher que se vê grávida em meio a um apocalipse e precisa proteger duas crianças de algo contra o qual não se pode lutar... pelo menos de olhos abertos. Então ela se torna uma pessoa extremamente tensa e estressada, fria até, já que precisa ficar alerta vinte e quatro horas por dia, lidando com a escassez de comida, se equilibrando no limite da sobrevivência. E as crianças que interpretam os filhos dela também são talento puro, não dá pra acreditar no quanto elas interpretam bem.

O único senão, talvez, está em um ponto que deveria ter sido melhor explorado: o som - principalmente através da audição dos pequenos. No filme, para se saber que a “criatura” estava próxima, folhas se levantam ao vento e rodopiam, porém os personagens, nas cenas externas, estão sempre vendados! Esse detalhe quebra um pouco a ligação do expectador com o mundo de Malorie e seus filhos. Eles só conseguem ouvir... e as crianças eram treinadas para isso desde que nasceram. Tudo, naquele momento da travessia do rio, dependia da audição delas, porque a visão estava limitada, folhas não poderiam ser vistas. Foi um pequeno descuido que, no entanto, não chega a atrapalhar a produção. Tirando esse detalhe, a trilha sonora está muito bem, obrigada, não há o que reclamar.


Por isso não se enganem! Caixa de Pássaros merece muito ser visto e é uma ótima pedida para entretenimento, além de dar o que pensar, como todas as histórias que se passam após um apocalipse...

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