A famosa história
do menino lobo ganhou, recentemente, mais uma versão em Mogli – Entre dois mundos, que não foi bem o que se pode chamar de
sucesso. Quem assistiu o desenho animado da Disney, de 1968, sente na hora a diferença
principal entre ele e o novo live action
da Netflix – o clima sombrio e dramático que o diretor Andy Serkis deu à sua
produção.
Em 1968 tínhamos
um garoto que se divertia na selva com seus amigos Baloo e Bagheera. Aquele,
antes um urso brincalhão e irresponsável, agora se torna um professor velho e
rígido, e a pantera, que na animação também era mais sensata, era muito mais
leve do que a de agora – um animal que viveu em cativeiro e foi torturado pelos
homens antes de voltar à selva e à liberdade. Shere Khan, o tigre, retorna como
vilão, mas não é o único, porque os homens assustam tanto os animais quanto o
grande felino.
Nem em meio a
sua própria espécie Mogli encontra muita felicidade, já que o homem de quem
mais se aproxima quando finalmente se integra à vila perto da selva se revela
um caçador sem qualquer moral.
Ademais, o fato
de o personagem principal não chegar à idade adulta pode parecer, a princípio,
muito interessante, mas se formos pensar bem, seria mais adequado que ele
crescesse. É que o espírito violento e vingativo que toma conta da criança torna
as coisas muito pesadas... especialmente para o público juvenil. Não há alegria
nem trilha sonora divertida. Os sentimentos que o cineasta buscou provocar
foram outros.
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