quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

CRÍTICA LÚCIFER - TERCEIRA TEMPORADA


!SPOILER ALERT!

Quando a segunda temporada terminou, os fãs do diabo mais querido de Los Angeles ficaram desesperados. Lúcifer finalmente tinha resolvido contar toda a verdade sobre a sua condição demoníaca para a sua amada detetive Chloe, mas no momento em que toma essa decisão, é sequestrado e acorda horas depois no meio do deserto... com suas asas angelicais e sem o seu rosto demoníaco.

Depois disso, um susto. A Fox anunciou que iria cancelar o seriado, mas a Netflix, em um ato salvador, adquiriu os direitos sobre ele. Por isso, houve um longo hiato até o começo da terceira temporada, no mês passado. E quando Lúcifer voltou, tinha 26 episódios para os fãs aliviados. Mas para quem esperava uma temporada excepcional, se desapontou.

Que Lúcifer quisesse encontrar seu misterioso sequestrador, tudo bem, afinal, há que se existir um enredo, mas o seriado, em vários momentos, se perde em uma série de episódios aleatórios e sem nenhuma necessidade, como aquele em que o ex-marido de Linda (a divertida analista de toda Los Angeles) se torna o foco central, ou o que uma irmã qualquer de Lúcifer aparece como uma fantasminha camarada, “amiga imaginária” de Ella (a engraçadíssima perita forense da delegacia), ou mesmo o último episódio, que não tem absolutamente nada a acrescentar. Todos estes só serviram, na verdade, para encher linguiça.

Outro ponto a se considerar e que deixou os fãs do diabo ansiosos, é que Lúcifer, perdido em seu egocentrismo, pareceu simplesmente esquecer e até mesmo negligenciar Chloe. A relação dos dois era um dos pontos centrais (se não “o” ponto central) da história. Lúcifer chega a ficar chato e Chloe passa até mesmo a olhar para outro homem, o tenente Marcus Pierce, interpretado por Tom Welling, que acaba se tornando um vilão bem interessante ao revelar ser Caim, o primeiro assassino do mundo.

Somente nos episódios finais Lúcifer parece se lembrar de seus sentimentos pela detetive e meio que se declara para ela, e o beijo tão esperado mal acontece só para (é claro...) ser interrompido. Mas tudo bem, pelo menos o clima entre o casal tinha sido restabelecido. E foi aí que veio mais um pisão na bola.

No antepenúltimo episódio, Chloe finalmente vê o rosto demoníaco de seu amado e se dá conta de que tudo o que ele falava e que ela, compreensivelmente, tomava por metáforas, era verdade. Nesse momento, a temporada deveria ter sido interrompida, quando os fãs estivessem roendo as unhas, morrendo de ansiedade pelo começo da temporada seguinte, mas não. A terceira temporada não só continuou, como o episódio seguinte ignorou completa e ostensivamente a descoberta da detetive. Como assim Chloe descobre que Lúcifer realmente é o diabo e, no dia seguinte, acorda como se nada tivesse acontecido? Não faz nenhum sentido.

Por tudo isso e talvez mais um pouco, a terceira temporada pode ser considerada a mais fraca de todas. Resta-nos somente esperar pela quarta, lembrando que esta será original Netflix e, por isso, pode guardar algumas surpresas...

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