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A famosa história sobre o assassino
de olfato privilegiado,
O Perfume, do autor Patrick Süskind, que já possui versão no cinema, agora vira base para
a série de TV alemã, de mesmo nome, com produção da Netflix. De forma bastante
criativa e louca, a série criada por Eva Kranenburg, Philipp Kadelback e Oliver
Berben nos tira do século XVIII – época em que se passa a história original – e
nos traz para os dias atuais, quando a polícia investiga uma série de
assassinatos ocorridos em circunstância singular e um grupo de amigos que não
se via há anos se torna alvo das suspeitas.
Com apenas seis episódios, o
que torna a primeira temporada de O
Perfume mais instigante é justamente a questão dos assassinatos estarem
ligados aos aromas, o que acaba trazendo à tona a teoria sobre o poder do
olfato de Jean Baptiste Grenouille – o serial killer da história original de Süskind -, mexendo com a cabeça também dos investigadores da
polícia.
A loucura parece estar sempre
presente em cada cena, de forma sutil ou escancarada, desencadeada por uma
adolescência conturbada, pela frustração, pela obsessão, pela luxúria e,
principalmente, pelo olfato apurado ou a falta dele... Por isso, a série é bem
mais profunda do que as que os simpatizantes por enredos de suspense e mistério
estão acostumados e podem esperar.
Com personagens muito bem
construídos - principalmente a de Friederike Becht, que interpreta a detetive
Nadja Simon e a de Natalia Belitski, que interpreta Elena – O Perfume é com certeza uma série que vale
a pena assistir quando você estiver com vontade de pensar e, já tendo tido um
final para lá de interessante, deveria parar por aí... uma segunda temporada
poderia estragar o que já ficou muito legal.
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