segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

CRÍTICA "O PERFUME"


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A famosa história sobre o assassino de olfato privilegiado, O Perfume, do autor Patrick Süskind, que já possui versão no cinema, agora vira base para a série de TV alemã, de mesmo nome, com produção da Netflix. De forma bastante criativa e louca, a série criada por Eva Kranenburg, Philipp Kadelback e Oliver Berben nos tira do século XVIII – época em que se passa a história original – e nos traz para os dias atuais, quando a polícia investiga uma série de assassinatos ocorridos em circunstância singular e um grupo de amigos que não se via há anos se torna alvo das suspeitas.

Com apenas seis episódios, o que torna a primeira temporada de O Perfume mais instigante é justamente a questão dos assassinatos estarem ligados aos aromas, o que acaba trazendo à tona a teoria sobre o poder do olfato de Jean Baptiste Grenouille – o serial killer da história original de Süskind -, mexendo com a cabeça também dos investigadores da polícia.

A loucura parece estar sempre presente em cada cena, de forma sutil ou escancarada, desencadeada por uma adolescência conturbada, pela frustração, pela obsessão, pela luxúria e, principalmente, pelo olfato apurado ou a falta dele... Por isso, a série é bem mais profunda do que as que os simpatizantes por enredos de suspense e mistério estão acostumados e podem esperar.

Com personagens muito bem construídos - principalmente a de Friederike Becht, que interpreta a detetive Nadja Simon e a de Natalia Belitski, que interpreta Elena – O Perfume é com certeza uma série que vale a pena assistir quando você estiver com vontade de pensar e, já tendo tido um final para lá de interessante, deveria parar por aí... uma segunda temporada poderia estragar o que já ficou muito legal.


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