Críticas anteriores não falaram muito bem de Divergente, filme adaptado do best-seller da autora Veronica Roth. A revista Veja, por exemplo, trouxe uma delas. Quanto a mim, estou muito certa de que o filme não é ruim, de jeito nenhum, muito pelo contrário. São duas horas e meia de concentração total.
Primeiramente, está muito claro que a história é baseada em outro grande sucesso da literatura e de bilheteria - o excelente Jogos Vorazes -, e isso pode até ser um ponto a favor para Roth e seu Divergente, afinal, porque não pegar carona num trem que corre veloz nos trilhos do sucesso, assim como faz muitas vezes Tris, a personagem principal da história? O problema é quando a cópia é descarada, e isso não aconteceu.
A escolha dos atores, a primeira vista, não me agradou e, realmente, nenhum deles corresponde à descrição feita no livro, mas suas atuações não deixaram a desejar. Tris é uma menina pequena e magricela que começa a ganhar corpo de mulher quando entra em sua nova facção - a Audácia - o que não se pode dizer da atriz Shailene Woodley, que está mais para mulherão do que para garota frágil. Aliás, mulherão deveria ser Christina, sua melhor amiga, interpretada por Zoe Kravitz, esta sim, pequena e magricela e que, ao lado de Woodley, a fez parecer ainda maior e mais forte. Theo James, o Quatro, está bem no papel, e particularmente, achei-o a cara do Cauã Reymond.
No final, pela boa interpretação, relevei esse pequeno detalhe sobre a aparência física dos personagens, até porque, muitos deles são praticamente ignorados no filme. Christina, Will, Al e Peter deveriam ter tido muito mais destaque do que tiveram. E a super vilã Jeanine, que tem duas ou três aparições no livro, apareceu bastante - mas isso, é claro, devemos ao fato de ela ser interpretada por Kate Winslet, então não preciso discutir mais isso.
Mas foi o final que me deixou feliz, porque a seqüência de ação foi uma das melhores que já vi nos últimos tempos. Alguns detalhes que jamais existiram nos livros foram acrescentados ao filme e ficaram melhores - mais um ponto para o diretor Neil Burger - e realmente me deixaram sem fôlego.
Que o filme poderia ter sido feito com mais cuidado, como a Veja disse, concordo plenamente, mas ainda não cheguei a esse nível de exigência para dizer que ele foi ruim. Eu gostei. E bastante.