Filme biográfico mostra que quem sabe lutar com as armas que tem é capaz de mudar o mundo, em qualquer tempo e em qualquer época.
Suprema (2019),
da diretora Mimi Leder (A Corrente do Bem, 2000), conta a
história da juíza da Suprema Corte Norte-Americana, Ruth Bader Ginsburg,
interpretada por Felicity Jones (A Teoria de Tudo, 2014). É daqueles filmes que retratam a trajetória de pessoas
notáveis e que nunca cansamos de assistir, porque nos inspiram e fazem
questionar os valores da sociedade.
Um filme biográfico como esse às
vezes pode pecar, pulando partes importantes que deveriam ter sido mostradas,
como aconteceu no premiado Bohemian Rhapsody (2018), mas não é
o caso de Suprema, já que os
saltos pela linha do tempo são muito bem feitos, permitindo que todo o período
da vida da juíza que se quis mostrar ficasse muito claro, começando pelo
ingresso de Ruth na escola de Direito de Harvard em 1956; sua transferência
para Columbia; passando por sua árdua procura por emprego em Nova York a partir
de 1960; seguido por um curto período de negação; até a causa que alavancou sua
carreira na década de 1970 e a fez se tornar um ícone.
Por causa disso, as mensagens do
filme puderam ser passada e apreendidas. Não obstante o fato de Ruth ser uma
mulher de sorte – já que tinha um marido esclarecido e apaixonado por ela e que
a apoiava em tudo o que fazia, uma família amorosa e sólida e, antes de mais
nada, uma inteligência notável – seu mérito se encontra todo no fato de que ela
soube usar todas essas armas a seu favor, e conseguiu mudar todo um
entendimento legal da Suprema Corte Norte-Americana através de um único caso
jurídico, beneficiando não só seu cliente, mas toda uma futura geração de
pessoas, além de inspirar toda a classe de jovens advogados a se formar.
Suprema não é uma grande produção, não precisou
ser. Seu foco são as mensagens que o filme teve o objetivo de passar, e elas são
fortes o bastante. Como naquela cena em que Ruth diz: “A sociedade muda por si
mesma e sozinha. Não é preciso qualquer autorização legal para isso.” Aconteceu
na década de 1970. Qualquer semelhança com a época atual não é mera coincidência.
Quero ver!!!!
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