quarta-feira, 4 de setembro de 2013

AS AVENTURAS DE PI

Essa poderia ser, sem dúvida, a minha crítica mais longa. Nunca assisti um filme que abrisse tanta margem para discussão. Mas não farei isso, porque essa é daquelas produções que deixa uma impressão diferente em cada um.
Primeira experiência com o 3D do diretor Ang Lee, as imagens não deixam nada a desejar, não foram somente uma primeira tentativa com esse novo estilo de filmagem, pelo contrário, são sensacionais, de tirar o fôlego! Apesar disso, o que mais me impressionou não foi essa nova habilidade demonstrada por Ang Lee, mas a forma como ele abordou um tema que desde o começo dos tempos gera polêmica: fé e religião. 
Atrevo-me a utilizar os mesmo adjetivos usados por outro crítico para descrever o diretor: sutil e elegante. Aplaudo de pé o jeito com que ele diluiu uma história dramática nas imagens fantásticas da natureza, sem pieguice, sem fanatismo.
Parabéns, Ang Lee, e até a próxima produção.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

OS INSTRUMENTOS MORTAIS - CIDADE DOS OSSOS

Esse foi um filme que aguardei com ansiedade e... me decepcionei. A versão cinematográfica do best-seller de Cassandra Clare foi bem até a metade, bem fiel ao livro, mas no final, o diretor Harald Zwart perdeu a mão, numa seqüência de ação que me fez ficar bem confusa! Justiça seja feita à Lily Collins, que estava muito bem no papel de Clary, mas tirando ela, não gostei muito do elenco também. A pior decepção, no entanto, ficou reservada para Valentim, um dos personagens mais importantes que ficou completamente fora da descrição literária. Para os fãs da saga Os Instrumentos Mortais, portanto, recomendo que fiquem só nos livros mesmo.

domingo, 14 de abril de 2013

A HORA MAIS ESCURA

     Chato. Muito chato. Outro filme que, assim como Argo, é, como documentário, muito valioso, mas muito massante e entediante. O que incomoda mais, no entanto, é o fato de A hora mais escura ser muito longo. 
     Não vou tirar, apesar disso, o brilhantismo do trabalho da atriz Jessica Chastain, que na minha opinião deveria ter levado o Oscar de melhor atriz. Sua personagem começa tímida, mas vai crescendo inacreditavelmente durante o filme. 
     A história de Osama bin Laden contra os EUA não é segredo para ninguém, pelo contrário. O mundo assistiu em tempo real aos terríveis atentados do 11 de setembro de 2001. A captura e subsequente morte do terrorista, no entanto, não era tão clara. E é isso que o filme mostra mas, como já dito, de forma entediante e longa.
     Muitas cenas de violência e tortura são repetidamente mostradas sendo que, novamente na minha opinião, não havia necessidade disso, nem mesmo para o desenvolvimento da história. A única coisa interessante foi o final, que deixa uma simples pergunta no ar, exatamente como aconteceu na realidade: e agora? 

ARGO

       Ruim. Sinceramente, ainda não entendi porque Argo foi figurar na lista de indicados do Oscar, mas ali estava ele, forte candidato a levar a estatueta de ouro. E assim aconteceu, para a minha grande decepção, que preferia o excelente As Aventuras de Pi
      Apesar de o filme ser, sem dúvida nenhuma, um excelente documentário acerca dos acontecimentos reais que se dispôs a retratar - a operação do governo americano para salvar seis membros da sua embaixada durante a crise no Irã, em 1979 -, se mostrou monótono e lento, chato de assistir.
     Toda a indignação pelo fato de Ben Affleck não ter sido indicado nas categorias de melhor diretor ou mesmo de melhor ator também não tem fundamento para mim, e ainda bem que a Academia teve o bom senso de não o fazer. Ele se mostrou um bom diretor, mas ainda lhe faltam alguns ingredientes para que chegue lá. Não duvido, no entanto, que um dia ele terá o Oscar de melhor diretor na mão (porque, vamos concordar, como ator ele não é lá essa maravilha toda).
     Argo já começa meio devagar, mostrando um pouco da vida do melancólico agente Tony Mendez, tem alguns momentos de tensão - que salvam um pouco o filme -, como o a invasão da embaixada e a tentativa de embarque no aeroporto, mas no geral, não empolga. No entanto, serve para colocarmos mais alguma coisa em nossa bagagem cultural. Nesse sentido, vale a pena assistir.

domingo, 24 de março de 2013

O CORVO

É claro que eu já havia ouvido falar dessa livro, como não poderia? Um nome como o de Edgar Allan Poe não passa despercebido para um apreciador da literatura. Não obstante, eu nunca li a história, mas confesso que depois de assistir ao filme que tem o mesmo nome dessa grande obra, fiquei curiosa. 
Apesar de aparecerem muitos corvos na versão para o cinema, o foco da produção são os cinco últimos dias de vida de Poe. A morte do escritor permanece até hoje um grande mistério.
Atrevo-me a dizer que romancearam um pouco demais o filme. Realmente não creio que os acontecimentos que culminaram com o fim da vida do autor foram tão intensos ou altruístas. Infelizmente, não conheço nada de sua obra para tentar fazer aqui, nessa resenha, um paralelo com a personalidade de Poe ou o seu estilo de escrita.
No entanto, "O corvo" é daqueles filmes que prendem nossa atenção do começo ao fim, transformando Edgar Allan Poe num daqueles heróis românticos do século XIX. Também tem algumas cenas bem sangrentas para os meninos que curtem um pouco de vermelho nas cenas de ação.
Cuidado, aí vem "spoiler"! Se você é daqueles que não gostam de saber o que acontece antes de assistir, pule para o próximo parágrafo! No filme, Poe é obrigado a escrever para decidir o destino da vida de pessoas reais, e não o de mais um de seus personagens, inclusive o dele próprio. E como na vida real, sua morte ainda é um mistério, fiquei imaginando, morta de curiosidade, o que aconteceu de verdade. É isso que Hollywood faz com a cabeça da gente - coloca um monte de fantasia lá dentro. Seria decepcionante se, depois de assistir a essa produção cinematográfica, descobrir que o escritor morreu de  "overdose" (o que é mais provável...).
Enfim, o que aconteceu é que, no mínimo, o filme despertou minha curiosidade literária sobre o autor americano, ainda mais sabendo que ele tinha um rival assíduo que depravou sua imagem de modo assíduo. Definitivamente, seus livros entraram na minha fila de leitura.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

OSCAR 2013

A festa do Oscar de 2013, prêmio máximo do cinema, aconteceu no último domingo, dia 24. Peço desculpas pela demora da crítica, mas aqui está ela.
Minha paixão pela sétima arte é pública e notória e, por causa disso, me atrevo a dizer que, do meu ponto de vista leigo, nem tudo foi perfeito. Não falo aqui do show, que foi realmente um show em todos os sentidos da palavra (só perdendo para o de 2009 que, em minha opinião, será difícil de ser superado), com apresentações de Catherine Zeta-Jones, Adele, Jennifer Hudson, Hugh Jackman, Anne Hathaway, Amanda Seyfried e tantas outras celebridades, além da grata surpresa de um ótimo apresentador, um comediante pouco conhecido. Falo da premiação em si.
Volto a lembrar que escrevo o que sinto e qualquer semelhança de pensamentos é mera coincidência, e toda discordância é válida. 
Para mim, 2012 não foi um ano muito feliz para o cinema, a começar pela produção que ganhou o cobiçado prêmio de melhor filme, Argo. Obra interessante, não nego, o diretor galã Ben Affleck fez um bom trabalho, mas daí a ser indicado como favorito ao Oscar? Achei um grande equívoco.
A hora mais escura, outro grande candidato, chega a ser chato. Outro equívoco.
O Oscar é feito para premiar as grandes produções, aqueles filmes que impressionam pelo trabalho da equipe técnica em conjunto com grandes atores que conseguem se superar. Digo isso porque todos os indicados a melhor ator e atriz, melhor ator coadjuvante e melhor atriz coadjuvante, já são grandes atores, mas superar a sua grandeza é coisa um pouco diferente.
Não vou comentar sobre as produções que ainda não assisti. Dizem que Django Livre é muito bom, assim como O lado bom da vida, mas diziam isso de Argo e A hora mais escura também. A julgar pelo grande vencedor do ano, não tenho grandes esperanças.
Para não dizer que não fiz nenhum elogio, devo dar os parabéns à Academia pela indicação de uma garotinha super simpática de apenas 6 anos de idade que, apesar de pequena, já se revelou uma grande atriz.
Mas 2013 vem aí, e promete. Começamos com A Hospedeira, grande promessa de bilheteria, e o Mágico de Oz também se aproxima. Espero que a 85a Academy Awards dê mais um espetáculo no show do ano que vem, e que esse ano sejamos premiados com verdadeiras obras primas do cinema. Não creio que seja difícil, afinal Hollywood é Hollywood.