Este ano, fui ao cinema assistir à
um blockbuster de grande sucesso:
Vingadores, Guerra Infinita. Estava na frente da telona, animada porque sempre
gostei do universo Marvel, quando, Chris Hemsworth, que interpreta o Thor, me
aparece com um tampão no olho. “Quando foi que ele perdeu o olho?”, perguntei
para um amigo que estava comigo. “Em Thor, Ragnarock”, ele respondeu, “você não
assistiu?”. Não. Eu não tinha assistido.
Foi então que percebi que eu era
muito menos nerd do que pensava.
Apesar de já ter assistido a vários dos filmes da Marvel, se eu realmente fosse
fã saberia que não obstante ser perfeitamente possível assistir a um filme da franquia
isoladamente, existe toda uma história que não se resume a um filme específico,
ou seja, existe uma ordem cronológica, seguindo as tão famosas revistas em
quadrinhos.
Vingadores, Guerra Infinita foi
excelente, mas saí aborrecida por ter perdido várias partes do enredo geral,
como o momento em que o deus do trovão perdeu o olho em Thor, Ragnarock. Eu também
ainda não tinha visto Wakanda, local que conheceria se eu já tivesse assistido
Pantera Negra. E houveram vários outros detalhes.
Foi nessa hora que decidi que isso
não mais aconteceria. Na mesma semana acessei minha conta na Netflix e fui
assistir Capitão América, O Primeiro Vingador, de 2011 o primeiro da lista de vinte e três filmes já
lançados, na ordem cronológica da Marvel. Fui seguindo a lista, porém, quando
cheguei em Capitão América, Guerra Civil, de 2016, o décimo terceiro filme, a
Netflix me deixou na mão. Pôxa vida! Fui obrigada a recorrer a outros serviços
de streaming, porque a partir de 2016, a Marvel sumiu do catálogo de filmes da
Netflix.
Tal acontecimento só veio reforçar
o fato de que a Netflix (que eu adoro!, como qualquer pessoa) é boa de seriado,
mas ruim de filme. São raras as séries que não encontramos no serviço de TV por
internet mais famoso do mundo (apesar de essas existirem, como Big Little Liers, e This is us) mas os filmes estão muito em baixa. Vejam que Capitão
América, Guerra Civil já tem dois anos, e ainda não pode ser acessado.
De vez em quando, eu ainda tento
encontrar algum longa que valha a pena assistir, zapeando por vários minutos, mas
só tive sucesso uma vez, com Onde está
Segunda?, filme de suspense e ficção científica excelente que, por incrível
que pareça, está na lista da Netflix.
E essa conclusão me entristece,
uma vez que, ser boa de seriado e ruim de filme, desestimula aos adeptos do
serviço de streaming americano a assistir aos longa metragens. Ir ao cinema já
está cada vez mais raro, os filmes dando lugar aos seriados que estão virando
super produções e, ao ser ruim de filme, a Netflix está compactuando com essa
nova tendência.
Eu, cinéfila que sou, ainda
acredito na magia do cinema, no momento de estar ali na frente da tela gigante,
com o melhor som e o cheirinho de pipoca no ar, naquela sensação de se ter o
primeiro contato com o filme que você tanto esperou. Mas o melhor de tudo é
que, ao assistir novamente, essa sensação é outra, vemos coisas que deixamos
passar na primeira vez, entendemos coisas que não entendemos de primeira,
voltamos a pensar na história e aquilo nos traz novas ideias...
Portanto, ajuda a gente aí,
Netflix! Só falta ficar boa de filme pra deslanchar de vez.
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