terça-feira, 31 de março de 2015

INSURGENTE (INSURGENT)

Segundo a definição em nosso idioma, insurgente é aquele que se insurge contra o sistema, não necessariamente de forma violenta. Então podemos dizer que o título do filme é perfeito, porque a Tris se revolta muito em Insurgente! Meu Deus, eu queria ser que nem aquela garota, porque ela é melhor que o 007! Ela pula, escala, voa, faz bangee jump, luta... Peraí! Cansei.

Agora que recuperei o fôlego, posso continuar. O treinamento que ela recebeu do namorado, Tobias, na sede da Audácia, sua querida facção, surtiu efeito, e ela se tornou melhor até mesmo que ele. Tenho certeza que seu irmão, Caleb, com quem Tris tem um relacionamento incestuoso (calma aí... ah, não, claro, eles ficam juntos em A Culpa é das Estrelas, não é isso? Esses diretores aí que ficam misturando os mesmos atores, depois não podem reclamar!), bem, aposto que ele morre de inveja da garota! Ainda mais depois que ela mostra que tem aptidão não para três, mas para TODAS as facções! Super Tris 100% divergente! E o Caleb, tão apagadinho, ficou somente na Erudição. Sim, porque depois de trair a própria irmã, ele não poderia nem fingir ser divergente alegando que também tem tendência para a Abnegação. Que Abnegação o quê! Facção chata...

O que acontece é que a Jeanine acha uma caixa toda especial que estava escondida sabem aonde? Na antiga casa abnegada da família Prior... Hum... Sugestivo. O conteúdo da caixa? Uma mensagem sobre a qual até a sabe tudo da Jeanine não tem nem ideia do que seja. Só que o objeto só pode ser aberto por um divergente, e não pode ser um divergente qualquer. Já adivinhou né? Para obrigar Tris a comparecer à sede da Erudição, Jeanine arma um plano mirabolante (claro, né gente... afinal ela é da Erudição), forçando os amigos próximos da menina a se suicidarem. Aí surge seu lado abnegação e Tris se entrega para a provável morte, deixando o pobre do Tobias desesperado.

Chegando à sede dos que se vestem de azul, vem um dos desafios mais desafiantes de Tris: ela tem que passar pelo teste de todas as facções. Será que ela consegue? O que há na caixa misteriosa? Qual é a mensagem? Você vai ter que assistir ao filme para descobrir.

sábado, 28 de março de 2015

CINDERELA

Coragem e gentileza. São virtudes em que, a partir de hoje, eu vou passar a prestar atenção. Cinderela nunca foi a minha história preferida da Disney, aliás, longe disso, mas a versão criada pelo diretor Kenneth Branagh me conquistou. O motivo talvez tenha sido porque deram bem mais destaque para o príncipe do que a animação dá, mas acho que principalmente porque os tão famosos ratinhos, os quais todos tanto adoram (mas eu não), e o diabólico gato Lúcifer são realmente secundários. Sempre tive a incômoda sensação de que Tatá e companhia eram os personagens principais do desenho, e não a personagem título.

Percebi sutis referências à outras histórias famosas. O primeiro encontro da Cinderela com o príncipe, por exemplo, não foi no baile, como acontece na animação da Disney, mas na floresta, exatamente igual à Aurora, a bela adormecida. A fada madrinha aparece como uma senhora maltrapilha e feia, pedindo ajuda, testando a Cinderela, exatamente como a fada que transforma o príncipe de a Bela e a Fera em Fera, faz. Não acho que isso seja ruim, na verdade, fez com que o filme ganhasse mais pontos, na minha opinião.

Com tudo isso, tirando o que não era tão bom e mantendo-se fiel no que precisava, como a cor do vestido que a Cinderela usa e o sapatinho de cristal mais famoso que existe, Kenneth Branagh fez bonito, e elevou a história da Gata Borralheira no meu conceito. Quem sabe agora, "com coragem e gentileza, e um pouquinho de mágica, eu consiga ver o mundo menos como ele é, e mais como ele deveria ser".

segunda-feira, 9 de março de 2015

LOVELACE

Por Jaime Hosken

O que vem à sua cabeça quando você ouve a expressão garganta profunda? Hum... E o que você pensa quando ouve o nome Linda Lovelace? Se você não associa as duas coisas, deve assistir ao filme Lovelace. 

O longa conta a história da estrela pornô Linda Lovelace, a mulher que consagrou a garganta profunda. Numa linha Bruna Surfistinha de edição, Lovelace não foca no sexo, mas sim na mulher por trás do talento, nas histórias que cercaram a produção dos pornôs que a tornaram famosa. 

De família conservadora, Linda vê seu caminho cruzar com o amor de sua vida, o homem que também a levou pro mundo da pornografia e também aquele que a fez passar por momentos de terror. O longa nos mostra uma mulher frágil, que acabou sendo usada por seu marido e que chegou a gravar filmes pornôs com uma arma apontada pra cabeça. 

A sensível atuação de Amanda Seyfried convence, assim como Sharon Stone, que completamente transformada, faz a sogra conservadora de Peter Sarsgaard, cuja boa atuação confere a perfeita aparência nauseante do marido tirano.

O filme pode não ser nenhuma excelência cinematográfica, mas é bom e acredito que tenha sido subestimado devido ao seu conteúdo. Essa é outra semelhança que vejo com Bruna Surfistinha. 

Lovelace nos comove e nos faz repensar nossos julgamentos sobre os outros. A verdade é que ninguém sabe o que se passa na casa do vizinho, atrás das câmeras dos filmes, na rua ao lado... 


Vale a pena conferir! 

sábado, 7 de março de 2015

THE BLING RING - A GANGUE DE HOLLYWOOD (THE BLING RING)

Por Jaime Hosken

O que você faria pra ter o closet da Paris Hilton? Qual risco correria por uma Hermes Birkin? The Bling Ring - A gangue de Hollywood, faria de tudo!

The Bling Ring é um filme divertido, que mostra o caso real de um grupo de amigos que entrava escondido em casas de ricos e famosos para roubar alguns itens que gostariam de ter, mas não poderiam comprar. 

Não, não eram adolescentes pobres, mas também não eram milionários! Não, não eram pessoas feias, mas também não eram as mais bonitas. The Bling Ring é formada pelas pessoas que ficam naquele triste meio do caminho que não chega lá, ou pelo menos, não chegava aonde eles queriam!

Quem gosta de glamour vai gostar do filme. Quem gosta de entender personalidades também! É realmente intrigante compreender o que levou cada um a esse tipo de comportamento, assim como é realmente espetacular conhecer o closet da Paris Hilton, que só percebeu os roubos que sofreu meses depois e que emprestou a própria casa pras gravações. 


Escrito, dirigido e produzido por Sofia Coppola, o filme conta com muitos novos atores e a participação de Emma Watson. A princípio a história parece não valer um filme, mas quando você assiste entende por que ele foi pras telonas, esses delinquentes são apaixonantes! 

quinta-feira, 5 de março de 2015

SUPERPAI

Por Jaime Hosken

Um pai ruim que vira herói. Essa é a história da produção nacional Superpai. Com elenco de peso na comédia – Dani Calabresa, Mônica Iozzi, Danilo Gentilli, Rafinha Bastos e outros atores famosos da internet como do Porta dos Fundos e afins, o filme é protagonizado por Danton Mello encarnando um tipo de Jim Carrey, que se já não havia cansado o suficiente, ganhou uma versão bem menos engraçada.

O enredo se passa na tentativa do irresponsável pai, casado, de realizar o sonho de ir pra cama com uma colega do colégio (Juliana Didone) durante o reencontro de 20 anos da turma. A produção tem uma mistura de Se Beber Não Case com o filme do Crô. Tem algo dos filmes do Jim Carrey com uma pitada de besteirol americano. A ideia é boa. O elenco é bom. A história é engraçada. Mas falta algo. Parece que você fica o filme todo esperando pra rir, mas só ri de vez em quando, quando já não espera mais e aí... bom, aí já não é tão engraçado.

Acho que o filme vale mais pela tentativa do que pela execução. É uma boa produção, com história diferente do usual nos filmes brasileiros. Vale a lição pros próximos que virão. É, também, um humor bastante masculino, que brinca com sexualidade e etnias, mas realmente de uma forma divertida e não preconceituosa.

Não foi desperdício de tempo, mas também não foi um dinheiro bem gasto. Fica naquele meio termo desconfortável. Talvez seja bom pra ver naqueles dias em que seu humor despertou maravilhoso já pela manhã. Ou talvez seja bom pra ver em casa, na Sessão da Tarde ou num domingo preguiçoso. 

segunda-feira, 2 de março de 2015

A TEORIA DE TUDO (THE THEORY OF EVERYTHING)

Por Jaime Hosken

Stephen Hawking é mundialmente famoso e reconhecido por seus avanços como físico, mas  ouso dizer que ganhou popularidade entre os alienados ao tema com uma pequena ajuda do seriado The Big Bang Theory, cujas referências ao seu nome e suas próprias participações sempre mostraram, também, seu bom humor. Mas o filme a Teoria de Tudo nos revela um outro lado do gênio: o humano. Um gênio que ama, que é um exemplo de superação, que não desiste e que é um exemplo de vitória e luta dentro de seus estudos e da medicina. 

Apesar do sucesso na ciência, esse lado não é o foco do filme, que se dedica a mostrar a relação do físico com sua primeira esposa, autora da biografia em que o filme foi baseado, e na evolução de sua doença, que foi diagnosticada pouco depois de se conhecerem. Alguns podem alegar que o filme carrega traços de um dramalhão que não faz jus à grandiosidade do homem que retrata, mas eu acredito que o objetivo era esse. 

A esclerose lateral amiotrófica sofrida pelo físico o transformou em algo semelhante a uma máquina. Ele perdeu seus movimentos e hoje só se comunica por uma voz eletrônica, portanto, não vejo senão uma jogada inteligente na apresentação paradoxal dos sentimentos dessa máquina humana. Também não posso deixar de valorizar sua luta desde a descoberta da doença, diagnosticada ainda na década de 1960 e que só previa mais dois anos de vida àquele que é hoje o cientista mais famoso do mundo!

O destaque fica pra atuação brilhante de Eddie Redmayne que, com sensibilidade e muita competência, convence os telespectadores ao colocar o coração em cada sintoma da doença adquirido por Stephen Hawking. Apenas lamento que seja ele o único a realmente sustentar todo o filme.

O longa segue a mesma linha de O Jogo da Imitação e, embora muito bom, ainda não alcança o mesmo nível de comoção da história do inventor dos computadores que derrotou Hitler. A Teoria de Tudo conta apenas com a atuação de seu protagonista para nos tocar. O Jogo da Imitação possui um elenco mais competente, que abraça nossa atenção e nos leva pra dentro da história.


A Teoria de Tudo é um filme bom, mas cujo "tudo" ficou na teoria.  Deve sim ser visto por seu valor histórico e moral, mas ainda deixa a sensação de que ali havia mais a explorar!