segunda-feira, 2 de março de 2015

A TEORIA DE TUDO (THE THEORY OF EVERYTHING)

Por Jaime Hosken

Stephen Hawking é mundialmente famoso e reconhecido por seus avanços como físico, mas  ouso dizer que ganhou popularidade entre os alienados ao tema com uma pequena ajuda do seriado The Big Bang Theory, cujas referências ao seu nome e suas próprias participações sempre mostraram, também, seu bom humor. Mas o filme a Teoria de Tudo nos revela um outro lado do gênio: o humano. Um gênio que ama, que é um exemplo de superação, que não desiste e que é um exemplo de vitória e luta dentro de seus estudos e da medicina. 

Apesar do sucesso na ciência, esse lado não é o foco do filme, que se dedica a mostrar a relação do físico com sua primeira esposa, autora da biografia em que o filme foi baseado, e na evolução de sua doença, que foi diagnosticada pouco depois de se conhecerem. Alguns podem alegar que o filme carrega traços de um dramalhão que não faz jus à grandiosidade do homem que retrata, mas eu acredito que o objetivo era esse. 

A esclerose lateral amiotrófica sofrida pelo físico o transformou em algo semelhante a uma máquina. Ele perdeu seus movimentos e hoje só se comunica por uma voz eletrônica, portanto, não vejo senão uma jogada inteligente na apresentação paradoxal dos sentimentos dessa máquina humana. Também não posso deixar de valorizar sua luta desde a descoberta da doença, diagnosticada ainda na década de 1960 e que só previa mais dois anos de vida àquele que é hoje o cientista mais famoso do mundo!

O destaque fica pra atuação brilhante de Eddie Redmayne que, com sensibilidade e muita competência, convence os telespectadores ao colocar o coração em cada sintoma da doença adquirido por Stephen Hawking. Apenas lamento que seja ele o único a realmente sustentar todo o filme.

O longa segue a mesma linha de O Jogo da Imitação e, embora muito bom, ainda não alcança o mesmo nível de comoção da história do inventor dos computadores que derrotou Hitler. A Teoria de Tudo conta apenas com a atuação de seu protagonista para nos tocar. O Jogo da Imitação possui um elenco mais competente, que abraça nossa atenção e nos leva pra dentro da história.


A Teoria de Tudo é um filme bom, mas cujo "tudo" ficou na teoria.  Deve sim ser visto por seu valor histórico e moral, mas ainda deixa a sensação de que ali havia mais a explorar!

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