Muito e ainda
mais pode ser falado sobre A Maldição da Residência
Hill, série da Netflix dirigida por Mike Flanagan e baseada no livro de Shirley
Jackson. E não é fácil colocar, em poucas linhas, muitas das impressões que se
podem tirar de sua “leitura”.
O terror é um
gênero que incomoda muita gente, principalmente os mais propensos a sustos e os
impressionáveis... mas A Maldição da
Residência Hill não se trata somente disso, está mais para um thriller
psicológico, ou seja, é um terror bem direcionado... para a mente dos
personagens – uma família de sete pessoas (número bastante significativo), pai,
mãe e cinco filhos, que se mudam para uma mansão supostamente mal assombrada...
mas será mesmo?
A história tem como
base os poucos meses que a família Crain passa na Residência Hill, preenchidos
por vários “episódios” estranhos, para dizer o mínimo, mas que nos permitem
conhecer a essência de cada personagem, seu caráter, suas propensões. O que
acontece depois que eles saem é somente consequência disso. E o fato de os
acontecimentos serem contados de forma não linear, transitando entre passado e
presente, mudando de ponto de vista a cada episódio, somente reforça a
curiosidade e a ansiedade do espectador pelo por vir.
Os “monstros”
existiam mesmo? Por que alguns dos Crain os viam e outros não? E por que os “monstros”
que apareciam para cada um eram diferentes? A sra. Crain tinha realmente problemas
mentais? Ela passou isso para os filhos (principalmente para a filha mais nova)?.
O sr. Crain poderia ter protegido a família? Essas são as questões, e são elas
que nos atormentam ao longo da “leitura” do seriado, e não os “monstros”, fantasmas
e afins.
Os clichês do
terror são secundários – notados, sim, obviamente, mas secundários -, e o foco
do espectador é tentar decifrar cada um dos personagens, o efeito do que se passou
na Residência em cada um deles e como isso se refletiu em suas vidas.
A Maldição da Residência Hill é um “terror”
de alto nível, pode-se dizer com toda a certeza, e entendemos que não é
necessária uma segunda temporada porque houve um fim, e um fim muito bem
amarrado e consistente. Mas uma coisa podemos dizer por certo: As coisas que andavam por lá, andavam juntas.
Não é o meu gênero de filme, mas confesso q fiquei curiosa depois da sua análise.
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